terça-feira, 12 de agosto de 2008

GENEGRO - Miriam Alves

GENEGRO

Gemido de negro
Não é poema
é revolta
é xingamento
É abismar-se

Gemido de negro
é pedrada na fronte de quem espia e ri
É pau de guatambu no lombo de quem mandou
dar

Gemido de negro
é acampamento de sem-terra no serrado
É punho que se fecha em black power

Gemido de negro
é insulto
é palavrão ecoado na senzala
É o motim a morte do capitão

Gemido de negro
é a (re)volta da nau para o Nilo

Gemido de negro...
Quem ta gemendo?
Miriam Alves

Um comentário:

Anônimo disse...

Visite o Site de Miriam Alves www.writermiriamalves.webs.com

Grata produção